quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Cervicobraquialgia

Os músculos do membro superior são inervados pela cervical, por isso este termo (cervicobraquialgia).
Uma raiz nervosa, onde há uma inflamação, apresenta alteração da condução elétrica nervosa por causa da alteração do Ph local e por isso, todos os tecidos (músculos, ligamentos, osso, fáscias, cápsulas, vísceras e vaso) por ela inervados podem apresentar algum tipo de alteração. Como consequência, teremos repercussões diretas e indiretas:
· As diretas estão relacionadas aos tecidos inervados pela raiz em questão, ou seja: músculo (hipertonia local, hipotonia a distância e cordões miálgicos), osso (dor no processo espinhoso e a distância), víscera (disfunções viscerais), pele (dermalgia reflexa), vaso (estases locais);
· As indiretas, relacionam-se com as compensações biomecânicas decorrentes das disfunções metaméricas, por exemplo, uma disfunção de C5, C6 ou C7, pode levar a uma hipotonia do serrátil anterior (repercussão direta), que por sua vez desequilibra a estrutura muscular do ombro podendo levar a uma tendinite do supra espinhoso (repercussão indireta).
O tratamento osteopático, parte basicamente da idéia de descobrir quais são os movimentos restritos e liberá-los. Tendo em vista os principais bloqueios encontrados nestas síndromes.
Portanto,   para   podermos   pautar  o  tratamento,  devemos ter  em conta todas as possíveis origens da dor, assim como as características da dor de acordo   com   cada   tecido. Feito isso,   as grandes   armas   do Terapeuta Manual  no  seu  diagnóstico  e   tratamento  são  a palpação  e os testes de mobilidade.
Descobrir as restrições teciduais, suas direções e parâmetros é o que nos possibilita saber qual técnica usar e de que forma.   Seguindo   estes preceitos  básicos,  torna-se  muito mais rápido e eficaz o tratamento  da cervicobraquialgia com osteopatia.
Felizmente nem sempre a neuralgia cervicobraquial está associada a um comprometimento discal ou a uma patologia, pelo contrário está mais comumente associada a uma disfunção somática.
As cervicobraquialgias estão comumente associadas a cinco fatores:
arteria

Radiculalgias (compressão da raiz nervosa com consequente irradiação às estruturas inervadas por aquela raiz nervosa).







desfiladeiroSíndrome do desfiladeiro torácico e desfiladeiro inter-escalênico:  Compressão de artéria, veia e nervos que passam entre a primeira costela, clavícula, escaleno e peitoral. Resultando em   sintomas na extremidade superior do tipo formigamento.






nervo-medianoTemos também as neuropatias por compressões periféricas. Exemplo: Síndrome do túnel  do carpo que pode  provocar irradiação no sentido tanto da cervical quanto do punho  por conta do trajeto do nervo mediano que sai da cervical  e vai  até o polegar,  indicador , dedo médio  e metade  do dedo anular. 



Dores Referidas, que podem ocorrer por distúrbios viscerais. Isso ocorre  porque estas vísceras são inervadas pelo nervo vago(X par craniano) sendo assim, algumas vísceras podem produzir dores nessa região:
olho-1
- Coração (dor em MSE),
- Pulmão (dor em escalenos),
- Fígado(dor em MSD) ,
- Baço (dor em MSE),    
- Estômago  (dor na região dos    
 trapézios),         
- Diafragma (ombros).


protacao



Distúrbios estruturais e posturais que podem provocar uma sobrecarga na região cervicobraquial.




Bibliografia 
Cailliet, Rene – Dor Mecanismos de tratamento – Ed. Artmed,2000.
Grieve, Gregory – Manipulação Vertebral – Ed. Panamericana Gross
Fetto e Rosen – Exame Musculoesquelético.- Ed. Artmed,2000.
Ricard, François – Tratado de Osteopatia. Ed. Robe
Sallé, Jean Luc – La Neuralgia Cervicobraquial. – Revista Científica de Terapia Manual y Osteopatia n° 2 da Escola de Osteopatia de Madri, 1999.
Fonte: Dr. Rogério Queiroz